Flávio Dino assumirá o
governo do Maranhão no momento do despertar da atenção de parte da população
brasileira para um problema que os antigos, numa interpretação livre da Bíblia,
já previam: a falta de água potável, considerada por muitos cientistas o “ petróleo do futuro.
Foi preciso a maior metrópole
da América do Sul, São Paulo, começar a padecer da falta desse produto vital para a existência humana, fato que ocupa
diariamente o noticiário nacional, para que essa questão entrasse na pauta,
pelo menos daqueles que se preocupam com o futuro.
Aqui, mesmo, no nosso abençoado
Estado, antes mesmo do caso de São Paulo “ ganhar a mídia” já surgiu uma luz amarela. Refiro-me a São
Luís, a nossa capital, que com seu um milhão de habitante já começa a sentir a
falta do produto. Um problema, não se
enganem, que só tende a piorar, uma vez que não há a preocupação, nem uma
discussão em andamento sobre o cuidado com nossas águas, as águas do Maranhão.
O texto foi aberto avocando
o nome do governador eleito Flávio Dino para que este não deixe de incluir e
priorizar na sua gestão a questão da água, um recurso que hoje se sabe, ser
finito. O manancial hídrico do Maranhão é grande. Abrigamos vários rios, riachos, lagos e lagoas, grande parte sofrendo diariamente ataques ambientais que poderiam ser evitados, ou pela consciência ou pelo Poder de Policia dos gestores públicos.
O Governo do Estado precisa envolver os 217 municípios do Maranhão numa ampla discussão sobre a necessidade de se preservar ou mesmo salvar nossas águas por meio de medidas de repressão, contenção e de prevenção. E xistem leis estaduais, municipais e federais para isso.
Para não ir muito longe até pelo fato do assunto ser extenso, chato e complexo, falemos um pouco do nosso Rio Tocantins que vem sendo degradado ao longo dos anos pela ação humana e pode vir a desaparecer daqui a alguns anos.
Não se enganem! Nessa marcha outras gerações, além da nossa,
não terão o privilégio, na linguagem de hoje, de
curtir e compartilhar essa riqueza chamada Rio Tocantins.
Vou me ater á realidade da situação do rio na
nossa região. Primeiro veio a hidrelétrica de Tucurui que influenciou
fortemente no desaparecimento de espécies de peixes que na década de 1980, eram abundantes por aqui. Depois, mais duas hidrelétricas ( Peixes e de
Estreito) que deram fim às grandes enchentes responsáveis pelos preservação dos lagos
berçários que serviam para o repovoamento da ictiofauna do velho Tocantins. Os lagos desapareceram e
com eles, os peixes.
Com crescimento das grandes cidades ao longo do
Rio, incluindo Imperatriz, o Tocantins
passou a sofrer de um outro problema: a poluição.
Hoje, e não é segredo para ninguém, todo esgoto
produzido na cidade, é despejado no Tocantins sem tratamento, num crime ambiental sem precedentes. A Estação de esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental do
Maranhão-CAEMA inaugurada, se não
estiver enganado, na década de 1990, há muito deixou de funcionar.O Tocantins, aqui nas nossas barrancas, ainda sofre com o assoreamento, a extração ilegal de areia, e a destruição da vegetação ciliar, como vem sendo denunciada há anos pelo ambientalista Domingos Cezar.
Por fim, para o bem da nossa e das futuras gerações, eu , você,
nós
precisamos levar a sério essa situação e agir antes que seja tarde
demais.