Raymara Ribeiro |
Ao longo dos anos o Rio Tocantins tem sido fonte de sobrevivência,
e de inspiração para centenas de
pessoas. Um clique nos sites de buscas e logo vão aparecer milhares de notas
sobre o segundo maior rio do Brasil. Só no Google são mais de seis milhões de citações
entre textos acadêmicos, dados técnicos,
fotografias, poemas. Hoje mais um texto pode ser encontrado: um lamento
em forma de Cordel da estudante de letras da UEMA Raymara Ribeiro no qual traça paralelos entre o passado, o presente e o futuro do Rio.
LEIA !!!
E O
NOSSO RIO?
O que fizeram com meu rio Tocantins?
Que
em épocas de cheia,
não
se via nem areia.
Era
Sol e água fria.
E
eu que não era besta!
Banhava
lá todo dia!
Agora,
essa forma de gerar energia,
tirou
dos ribeirinhos o alimento e a moradia.
As
águas de mercúrio inundaram o nosso rio
e
afogaram as nossas Terras.
O
rio que ontem era por todos banhado,
hoje
é esquecido e encarcerado.
Será
intriga da chuva ou o homem que é malvado?
Cada usina agoniza o nosso rio diariamente.
E agora, vem uns dizer que os ribeirinhos
degradaram o meio ambiente?
Como? Se vivemos do coco babaçu,
se não fosse o rio não sobraria nem pra
mim, nem pra tu.
O que será do nosso Tocantins?
Que deságua no mar através da
Baía do Guajará, na cidade de Belém do Pará?
Que deságua no mar através da
Baía do Guajará, na cidade de Belém do Pará?
Se nada for feito o flúmen será cama pra
boi dormir
e nós ribeirinhos não teremos pra onde ir.
Falta consciência, falta ação,
falta alguém que tenha amor no coração.
Não vamos esperar para ver este rio secando não.
Não vamos esperar para ver este rio secando não.
Ôh! Ingratidão!