A Associação para o
Desenvolvimento da Região Tocantina realizou no Primeiro de Maio, na Câmara Municipal evento para debater o tema.
Quem participou do I
Colóquio Maranhão do Sul. Sim, é possível realizado pela Associação para o Desenvolvimento da Região Tocantina e do Maranhão do Sul-
Adermasul, saiu convencido da necessidade de se manter essa bandeira erguida e de que, mesmo sendo uma causa
difícil, não é impossível. O encontro foi no feriado do Primeiro de Maio no
Plenário da Câmara municipal e contou com a participação de várias lideranças
políticas, classistas e associativistas.
“Saio daqui encantada com
tudo que vi. Vejo seriedade nas pessoas que estão reerguendo essa bandeira hoje
na região. Podem contar comigo!”
ressaltou a professora aposentada e ex-candidata a vice-governadora do Maranhão
Iolanda Cortez que foi seguida pela
também professora e líder sindical Euramir Reis que garantiu levar a discussão
para os todos os fóruns dos quais
participa.
Membros da Diretoria/Adermasul |
Esse primeiro encontro
promovido pela Adermasul, conforme ressalta, o presidente Josué Moura, embora
fosse convite aberto, não teve o propósito inicial de “reunir a massa”, daí, o fato de ser realizado num feriado. A ideia era reunir tantos as lideranças que
já participaram, e sempre abraçaram a causa, bem como aquelas que nunca
participaram, tinham vontade, mas nunca tiveram a oportunidade. “O objetivo foi
sistematicamente atingido” analisa Moura.
O jornalista, consultor e
enciclopedista Edmilson Sanches convidado a falar sobre os “Aspectos Históricos
e Humanos pelo Maranhão do Sul” além de ter sido fiel ao tema fez uma releitura
dos eventos separatistas e de secessão
ocorridos na história do Brasil
que, segundo ele, remontam ao
século XIX . Com dados extraídos da sua
coleção particular de livros sobre o tema ( o mais antigo data de 1850), o
jornalista foi nomeando um a um tais movimentos até chegar á “república dos pastos bons”, movimento que
vai completar 190 anos e que para ele
foi a gênese da luta que agora se reinicia.
Sanches, aspectos históricos |
Sanches, que já foi
vereador, e que sempre esteve integrado à causa da criação do Maranhão do Sul,
não se limitou às ocorrências históricas que legitimam a vontade do povo desse
lado de se separar do resto do Estado. No conjunto da sua fala uma pausa para
rebater as críticas que começam a ser feitas ao movimento; entre elas, a de o tema reaparecer próximo de um processo
eleitoral.
O jornalista lembrou que eleição no País ocorre de dois em dois anos
e, que queiram alguns ou não, uma luta
como essa depende da vontade dos políticos “Não há como fugir disso” ressaltou.Edimilson Sanches destacou
ainda que a Política não é ruim. “A política é como uma faca. A faca serve para
descascar frutas, limpar uma carne, mas também fere e estripa. A culpa é da
faca? Claro que não, é de quem a
manuseia. Na politica é da mesma maneira. Trata-se de um instrumento adequado, o melhor- até que
se invente outro- para a democracia”
disse.
Advogado Hélio Miranda, aspectos jurídicos |
O advogado, ex-integrante do
Tribunal Regional Eleitoral (TO) Hélio Miranda, que fez uma fala a respeito dos
“Aspectos jurídicos sobre a Criação de um novo Estado” , a exemplo de Sanches, também ressaltou que sem apoio político
jamais será possível a criação de um Estado, dai segundo ele, a importância da região eleger líderes, em se tratando de Maranhão do
Sul, comprometidos com a causa.
Especificamente sobre o tema
que lhe foi proposto Hélio Miranda, de forma didática e com riquezas de
detalhes, explanou os caminhos legais que conduziriam à realização do
plebiscito bem como todas as implicações antes, durante e depois da conclusão do processo de separação.
Lideranças
Maçônicas foram homenageadas durante Encontro
Maçons homenageados pela Adermasul |
A luta da Maçonaria pela criação do Maranhão do Sul foi destacada
pela Diretoria da Adermasul que, numa decisão de diretoria,
resolveu prestar uma homenagem a
algumas lideranças maçônicas que na década passada participaram do movimento. O esforço dos
maçons levou o Projeto de Decreto Legislativo de autoria do
então deputado federal Sebastião Madeira a ser aprovado pela Comissão de
Constituição e Justiça –CCJ da Câmara dos Deputados, e mais tarde, outro de igual teor de autoria do senador
Edison Lobão, na CCJ do Senado.
Ao todo foram homenageadas
com “O certificado de honra ao mérito, como defensor histórico do Maranhão do
Sul” cinco reconhecidas lideranças
maçônicas da cidade: Fernando Teles Antunes, presidente do
Comitê Central Pro Maranhão do Sul, José Ribamar Marinho (in memoriam), no
ato representado pelo seu filho José Balestero , Benedito Lopes Serra, Ubirajara
Parreira da Silva, Francisco Jerfesson Alves de Sousa e Hélio Rodrigues Araújo.
Foi o movimento liderado pela
Maçonaria no início dos anos 2000 que
pôs nas mãos do então deputado federal Sebastião Madeira (PSDB) o encargo de
apresentar o projeto na Câmara dos Deputados. E não parou nesse ato. Para
conseguir apoios a Maçonaria participou de encontros não só em Brasília, mas
também em Estados importantes e
de forte tradição maçônica como O Espirito Santo e São Paulo.
Para a diretoria da
Adermasul essa luta liderada pelos maçons de Imperatriz pelo Maranhão do
Sul precisa ser resgatada para que sirva
de exemplo para que os novos líderes gerados a partir daquele período
reacenda nas lojas de Imperatriz e
região essa chama.
Classe
Política Prestigiou encontro sobre o Maranhão do Sul
Diversos políticos alcançados pelo convite da Adermarsul para participar do I Colóquio Maranhão do Sul. Sim, é possível, realizado no Primeiro de Maio na Câmara Municipal, prestigiaram o evento e se puseram à disposição do movimento. Quem não pôde participar, por contar com outra agenda, enviou mensagem justificando a ausência e garantindo participação nos próximos eventos, caso do senador Roberto Rocha (PSB) e do deputado federal Wverton Rocha.
Além do presidente da Câmara
José Carlos Soares, que participou até o fim do evento, também estiveram no
evento os vereadores Alberto Souza, que representou o deputado Wverton Rocha, Ditola Castro e Pimentel.
O deputado Federal Deoclides Macedo (PDT) se fez presente
juntamente com a irmã, a deputada estadual Valéria Macedo (PDT). O deputado estadual
Léo Cunha também arrumou um espaço na agenda para comparecer ao evento. O mesmo
fizeram, o professor Adonilson Lima (Pc do B) articulador regional do Governo do Estado e o ex-prefeito
Sebastião Madeira (PSDB) que quando deputado federal foi o autor do
projeto de Decreto Legislativo que
dispunha sobre a convocação de plebiscito para a criação do Maranhão do Sul.
Tanto Valéria quanto Léo se
dispuseram a defender a causa no âmbito da Assembleia Legislativa, lembrando ser fundamental o envolvimento das assembleia no processo de criação de um
novo Estado.
Já o deputado federal Deoclides Macedo, mais
do que apoiar e destacar a reativação da
luta pelo Maranhão do Sul por parte da
Ademarsul, garantiu assumir na Câmara
essa bandeira. O deputado adiantou que
já começou as tratativas sobre assunto com a consultoria do ex-deputado federal
Giovanni Queroz , do Estado do Pará. Uma das pautas da atuação de Deoclides na
Câmara será lutar por um novo entendimento em torno da interpretação, vigente,
do Supremo Tribunal Federal (STF),
segundo a qual a consulta plebiscitária, no caso de criação de estados,
municípios e territórios, tem de ser,
tanto na parte a ser desmembranda
quanto na que vai ser
desmembrada.
O ex-prefeito Sebastião
Madeira teve uma participação importante no evento. Explicou em que condições foi deixado há oito
anos o projeto e mencionou a importância
da Maçonaria para que o projeto tivesse chegado aonde chegou
“As coisas acontecem e o
povo vai esquecendo. Essa luta, na década passada, foi alavancada maçonaria
impulsionada por lideranças como o Fernando Antunes, aqui presente. Trata-se de
uma questão de justiça, esse destaque” disse Madeira lembrando ainda da
importância do apoio da classe política para
que o projeto seja desarquivado e volte
a tramitar. “Como já passou pelas comissões da Câmara e do Senado, a
luta é encontrar o momento certo para
leva-lo a plenário” observou.
.Madeira não deixou de
mencionar a crise política/econômica como impeditivo para a criação de novos
estados, contudo isso não inviabiliza a chama do Maranhão do Sul de continuar
acesa.
“Minha convicção é de que o
Maranhão do Sul é um sonho difícil, mas
não é impossível” concluiu.