Fundada como se fosse em terras paraenses no início da segunda metade do século XIX pelo missionário Manoel Procópio
do Coração de Maria a trajetória de Imperatriz começou no dia 16 de Julho de 1852,
data apontada pelos historiadores do desembarque da missão do Frei carmelita
nas barrancas do Rio Tocantins depois de dias de navegação sob a proteção de Santa Tereza
D’ávila que veio a se tornar a padroeira da “nova terra”.
A pequena povoação cresceu, se
transformou em vila, passou pelos decantados ciclos do arroz, da Madeira e do
ouro, da Serra Pelada, recebeu gente de todos os cantos do Brasil e do Mundo e se
transformou, 165 anos depois, na Imperatriz de hoje; a primeira cidade mais importante do Maranhão
depois da capital. Continua sendo um
grande centro de prestação de serviço,
distribuidor atacadista e se consolida como polos educacional e industrial.
Certo é que não há como não dizer que
Deus foi generoso demais com a cidade. Tal generosidade pode ser constatada
pela graça de ser fundada às margens do
segundo maior rio genuinamente Brasileiro,
uma benção para os primeiros moradores que tiravam dele seu sustento, sem falar
nos quase dez afluentes do Tocantins que cortam a cidade. Uma benção
hídrica que pelo que se constata não foi
respeitada. Hoje dois dos riachos que cortam a cidade estão praticamente mortos e o restante
transformados em canais de esgoto , no mesmo rumo. O Rio sofre diariamente com
a derrama de esgoto sem tratamento, o desmatamento das suas margens e com
crescentes secas e outras agressões ambientais. O Tocantins resiste, mas não se
sabe até quando. Um desafio para as
futuras gerações barrar essas ocorrências.
Ambientalmente falando Imperatriz foi
fundada numa região, onde além de um rio
e de vários riachos tem sol e chuva o
ano inteiro, e para variar num dos períodos mais bonitos do ano nesse
lado do País.
O período do aniversário de fundação coincide
com o aparecimento nas margens do Rio Tocantins de inúmeras praias, cada uma mais bonita do que a
outra, com a chegada da florada dos ipês e dos
ventos gerais que ameniza o forte calor.
Emoldurado pelo azul do “céu de
brigadeiro”, o pôr sol ganha um aspecto
multicolorido diferenciado por conta do Rio Tocantins. Quem
para um pouquinho para presenciar este fenômeno a partir das
margens do rio não esquece jamais e
imediatamente sentencia: " Deus existe, e mora aqui". Uma ambientação
que faz com que ninguém se lembre que
oficialmente é inverno no País
Não há qualquer dúvida que Imperatriz aniversaria no período mais bonito do ano no lado de cá do
Maranhão principalmente porque é temperado com o clima humano gerado pela Exposição
Agropecuária, uma das maiores do Norte/Nordeste e das outras festas regionais que por tabela
influenciam a vida da cidade.
É possível hoje afirmar que todo esse conjunto humano/ambiental faz
do povo de Imperatriz, e consequentemente da região tocantina, o mais
bonito e alegre do Maranhão, e talvez o que menos reclama da vida. Essa característica
se consolidou ao longo desses 165 anos de fundação. Para quem mora por essas
bandas do Maranhão, por já se tratar de algo incorporado ao
dia-a-dia, talvez nem se aperceba dessa e de outras peculiaridades da nossa terra.
O maior patrimônio da região é a nossa gente, mas vale a pena falar,
cantar, escrever sobre as nossas festas e as nossas belezas naturais. Não
temos o mar, mas na região {outra benção divina} temos rios, lagos, lagoas,
cachoeiras, morros, colinas e montanhas um pôr do sol e uma lua
lindos de viver. Imperatriz pode se orgulhar de se localizar numa região do Brasil por abrigar pelo menos três dos nove
biomas brasileiros. Por aqui são
visíveis o Cerrado, Floresta Amazônica, Matas de Cocais e até mesmo
um resquício da Caatinga considerado um bioma único do Brasil.
Jeito próprio de falar
Nesses 165 anos até um jeito
próprio de falar o imperatrizense desenvolveu.
Um bom observador logo constata que os filhos daqui há muito
naturalmente foram deixando de lado a herança linguística dos pioneiros. “O
legitimo filho da terra” da atualidade já não
carrega mais a bagagem fonética dos paraenses, capixabas, paulistas, mineiros
baianos , piauienses, Pernambucanos e
nem mesmo dos maranhense da ilha, povos que ajudaram a transformar nossa
cidade no que ela é hoje. O genuíno imperatrizense em qualquer lugar do mundo já consegue
identificar um “irmão de solo” só no jeito de falar. Pouca gente se apercebe
que já apreendemos um certo “imperatrizencês”, algo ainda a ser pesquisado com maior
acuidade pelos entendidos no assunto.
Diante do que se
tornou nossa cidade ao longo desses anos vale a pena até plagiar o saudoso pernambucano Reginaldo Rossi ao cantar Recife sua terra natal.
O povo daqui gosta
de cantar
Tem religião, gosta de rezar
Tem cristianismo, tem candomblé
Tem muita cachaça e muita mulher.
Tem religião, gosta de rezar
Tem cristianismo, tem candomblé
Tem muita cachaça e muita mulher.
O povo daqui tem
sempre razão:
Tem mulher bonita
de montão, as mais bonitas do Maranhão
Tinha Nenem
Bragança, o papa festivais, mas continua
o parceiro Zeca Tocantins, faceiro sem rivais.
E a cavalgada, o Corpus Christi, a marcha para
Jesus e exposição então? Uma grande
confraternização.
E na Praça da
Cultura tem o carnaval de marchinhas
É o melhor do mundo
É sensacional
É o melhor do mundo
É sensacional
Imperatriz
tem encantos mil
É... É um pedacinho do Brasil.
É... É um pedacinho do Brasil.