ElsonMAraujo
Imperatriz é uma das únicas
cidades do Maranhão que entre as datas magnas, historicamente, celebra a da
fundação, 16 de julho de 1852, e não da emancipação política, ocorrida dia 22
de abril de 1924, como acontece com a grande maioria dos municípios
maranhenses. Nesse aspecto, junta-se a
São Luís, a capital maranhense fundada pelos franceses a oito de setembro de
1612, fundada no curso do segundo século da chegada dos europeus nas terras
do pau brasil.
De forma esparsa já tem algum tempo
que o 22 de abril é lembrado por historiadores e pesquisadores da cidade. O jornalista e pesquisador Edmilson Sanches
cita a data na Enciclopédia de Imperatriz, e sempre que o momento requer, nas
suas palestras, também lembra a data esquecida. O jornalista Coló Filho, de O Progresso, é
outro que, uma vez ou outra, chama a atenção para essa página esquecida, ou
deixada de lado, da história da terra fundada pelo Frei Manoel Procópio.
Com a criação do Instituto
Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI), ao considerar-se que em abril
próximo ocorre o centenário de emancipação política da cidade, o tema passou a
ser objeto de pesquisa de seus membros; destacando-se o acadêmico Ribamar
Silva, que também tem assento na Academia Imperatrizense de Letras.
Ribamar escreve um livro sobre
a implantação do Poder Legislativo em Imperatriz, e ao mergulhar fundo nas
pesquisas para a construção da obra despertou curiosidade sobre os
acontecimentos, os movimentos e os atores políticos da época que teriam motivado
o então mandatário do Estado Godofredo Viana a assinar a certidão do
nascimento político/administrativo da hoje, oficialmente, segunda capital
do Estado.
Os levantamentos do
pesquisador já deram lugar uma palestra e o assunto foi tema da reabertura do
ano acadêmico da Academia Imperatrizense de Letras, logo depois do Carnaval. Ao
lançar luzes sobre o tema Ribamar Silva levantou uma polêmica ao intuir que diferente
do que ocorrera em outros municípios maranhenses a emancipação não decorreu de
nenhuma luta ou bandeira levantada pela incipiente Imperatriz do final do
primeiro quartel do século XX. Não foi
encontrado por ele nenhum documento, publicação ou texto que indique algum
movimento prévio, ou comemoração para recepcionar a boa nova. Para ele, a cidade
teria recebido a notícia com apatia.
Com a citada descoberta,
Ribamar abre espaço para futuras pesquisas sobre o período que antecedeu o ato
que culminou com a emancipação política da cidade. A decisão do governador
Godofredo Viana teria sido mera obra do acaso? Ou teria decorrido de alguma
luta dos políticos e a elite econômica da então povoação daqueles ido. Espaço aberto para a quem interessar possa, buscar
subsídios para contrariar as pesquisas do pesquisador Ribamar Silva ou
apresentar, documentalmente, provas de algum movimento emancipacionista da
época capaz de ter sensibilizado o então presidente do Estado do Maranhão, como
era denominada a figura do governador, que na mesma ocasião emancipou num bolo
só as vilas de Carutapera, São Francisco, Icatu, e São Miguel.
Sobre a fundação de Imperatriz
há muita literatura nos diversos formatos, mas nada sobre a emancipação. Por enquanto não se deparou com nada nos
arquivos históricos.
No livro O Sertão , subsídios para a história e geografia do
Brasil, da escritora maranhense, Carlota Carvalho, publicado em 1924, ela cita
alguns nomes que compunha a elite econômica e
política da cidade daqueles
tempos, tais como Honório Fernandes Primo,
Antônio Chaves, Coriolano de
Sousa Milhomem, Félix Alberto Maranhão,
Emiliano Herênio Alvares Pereira; José Lopes Teixeira, Doroteu Alves dos Santos, e Manoel Herênio Alvares Pereira, mas
não faz qualquer referência a algum movimento emancipacionista levada a efeito
por eles.
Ela ainda escreve “ninguém,
porém, há procurado desenvolver a instrução, aumentar os conhecimentos humanos
e elevar a altura e moral do povo”. É dessa forma que Carlota Carvalho
define comportalmente a elite da cidade do período da emancipação da cidade.
Tema desconhecido ou, por causas ainda desconhecidas fora propositalmente esquecido
por ela?
Cópia da Lei que emancipou Imperatriz