3/05/2009

Operação Rapina III: Federal faz prisões em Imperatriz e região



Mais uma operação da Polícia Federal toma de surpresa Imperatriz e o resto do Maranhão. Diversas pessoas, entre empresários, secretários de prefeitura, donos de escritórios de contabilidade tiveras as residências despertas por agentes da Polícia Federal de Brasília cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão.
Nomes, ainda não foram divulgados, mas consta a prisão de pelo menos um prefeito de cidade vizinha a Imperatriz. Outro, estaria foragido.
Nesse momento é grande o número de advogados, agentes , jornalistas e parentes de acusados na sede do Departamento da Policia Federal, no Conjunto Planalto.

A operação foi batizada de “Operação Rapina 3. A Polícia Federal já confirmou a prisão, provisória, de pelo menos 24 pessoas em Imperatriz e região. A acusação é do desvio de pelo menos R$ 15 milhões em verbas públicas, segundo informou em entrevista o superintendente da Policia Federal no Maranhão Fernando Segóia.
A operação, pelo que se informa, foi desencadeada a partir de levantamentos realizados pela Controladoria Geral da União- CGU e contou com a participação de pelo menos 200 agentes federais.

Informes sobre o caso já publicados na imprensa maranhense hoje

A operação conjunta com a Controladoria Geral da União – CGU contou com um efetivo de aproximadamente 200 policiais federais e 30 Analistas da CGU, teve o Apoio da Procuradoria da República em Imperatriz/MA e da Procuradoria Regional da República em Brasília/DF e teve como finalidade o cumprimento de 27 Mandados de Prisão e 38 Mandados de Busca expedidos pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
Trata-se de um desdobramento das Operações Rapina I (2007) e Rapina II (2008) que desarticularam esquemas de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações em diversos municípios maranhenses. Nesta etapa, denominada “Rapina III”, as investigações levadas a cabo pela PF no Maranhão em conjunto com a CGU, tiveram como ponto de partida empresas “de fachada” e seus colaboradores, pessoas físicas e escritórios de assessoria que promoviam o uso de notas falsas, licitações montadas, empresas “fantasmas”, entre outras manobras, cuja finalidade era maquiar o desvio de verbas oriundas da União.
A investigação, que já durava um ano e meio, teve início quando foram identificadas empresas de fachada localizadas na região tocantina, que davam cobertura às licitações das prefeituras investigadas nas primeiras etapas da Operação Rapina. Verificou-se que tais empresas tinham ligações com as prefeituras de Ribamar Fiquene/MA e Senador La Rocque/MA.
Foi apurado pela PF e pela CGU que tais prefeituras fraudavam licitações, balancetes contábeis e utilizavam notas fiscais falsas das empresas de fachada investigadas com o objetivo de encobrir desvio de recursos públicos oriundos da União por meio de convênios, fundos e planos nacionais.
O grupo era formado por empresários, prefeitos, políticos, secretários municipais, membros das comissões de licitação e contadores, tendo a participação de dois escritórios assessoria. Segundo estimativa da PF, em 2007 e início de 2008, a organização criminosa movimentou cerca de R$ 15 milhões somente em recursos federais, sendo esse montante em quase sua totalidade desviado com as fraudes.
O esquema era articulado por prefeitos e tesoureiros que sacavam os recursos das contas públicas sem observar os requisitos legais.
Normalmente, próximo à época de prestação de contas do município para o Tribunal de Contas do Estado, o Secretário (de saúde ou educação) simulava pedido de licitação, que era rapidamente autorizada pelo prefeito, com parecer favorável do assessor jurídico do município. Toda documentação necessária era preparada em escritórios de contabilidade de Imperatriz/MA e depois entregue aos municípios para assinaturas. Os secretários atestavam o recebimento de produtos, serviços e medições necessárias para o pagamento. Por fim, os processos de pagamentos eram preparados para que os saques ocorridos inicialmente fossem justificados.
As investigações até aqui realizadas permitem afirmar que a organização criminosa investigada estava praticando os crimes de Falsificação de Documento Público, Falsificação de Documento Particular, Falsidade Ideológica, Uso de Documento Falso, Peculato, Emprego Irregular de Verbas Públicas e Formação de Quadrilha ou Bando, todos do Código Penal, além de Fraude a Licitação da Lei 8666/93 e Lavagem de Dinheiro prescrita na Lei 9.613/98, todos na medida de sua culpabilidade.
Segundo o Delegado que conduz a investigação, Pedro Roberto Meireles Lopes, várias empresas ainda estão sendo investigadas, sendo que a listagem das empresas de fachada identificadas será encaminhada para a Receita Federal para as providências fiscais cabíveis. Disse ainda que o inquérito deverá ser relatado nos próximos 15 dias e encaminhado ao Ministério Público Federal que poderá ou não oferecer denúncia bem como poderá propor ação civil pública em desfavor dos gestores municipais.
O Superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Delegado Fernando Segovia, o Coordenador Geral de Operação Especiais da CGU em Brasília, Israel Carvalho e o Delegado Chefe da investigação, Pedro Roberto Meireles Lopes, concederão entrevista coletiva na sede da Polícia Federal em Imperatriz, hoje, às 10h.

(fonte: Imirante)

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